A Culpa é das Estrelas, de John Green

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6 comentários

  1. Ahah, não tens de te sentir mal por fazeres comentários longos! xD Não é, de todo, uma invasão.

    Percebi agora melhor o que queres dizer com a diferença de papéis entre o Gus e a Hazel, que parece um pouco desequilibrado. A certo momento os papéis invertem-se, porque passa a ser ele a estar em pior situação mas, pelo que percebi, essa parte é cortada no filme ou tratada de uma forma ligeiramente distinta mas que parece fazer toda a diferença.

    No que diz respeito ao louvor da alienação adolescente, acho que temos de ter em conta que quem escreve estes livros não é normalmente quem foi extremamente popular quando era adolescente. Logo, escrevem personagens que, tal como eles, desprezam o mainstream, as modas, etc. Mas acho que é mais do que isso. Qualquer história de heróis faz exactamente a mesma coisa. Desde o Matrix, ao Avatar, ao Harry Potter, os protagonistas têm algo de interessante porque são diferentes, porque ignoram a norma ou tentam desafiá-la. Se os protagonistas parecem arrogantes por causa disso, isso deve-se provavelmente à interpretação dos actores. Mas, ainda assim, a atitude arrogante, ou amarga não só é justificável e normal perante a situação que vivem como é uma lufada de ar fresco. No romance que muitas vezes comparam a TFIOS, A Walk To Remember, uma adaptação de um livro de Nicholas Sparks, a protagonista é sempre uma santa (e, curiosamente, é ela que faz os avanços, não ele xD). Durante todo o filme, ela não mostra frustração, nem raiva... só um sorriso angelical. Já eles são adolescentes linguarudos, respondões, que desprezam os hábitos românticos dos outros por acharem foleiros. Mas quando desdenham, isso não quer dizer que não queiram algo assim para si. De resto, quem vê relações amorosas de fora, particularmente pessoas solteiras a quem a vida não corre particularmente bem, não costuma ficar entusiasmado ou emocionado com as manifestações de afecto.

    Parece-me que uma das coisas que mais te irritou foi a personagem do Augustus, talvez por uma razão semelhante por que não gostavas de Sherlock. A arrogância, o desprezo pelo resto do mundo, enfim. Vejo aí um padrão. :P

    Posto isto, resta-me dizer que ainda não fui ver o filme. Depois de o ver, dir-te-ei se saí desiludida e lavada em lágrimas, satisfeita e lavada em lágrimas ou... bem, acho que já percebeste a ideia. xD

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  2. Hehe folgo em saber da tua aprovação pela extensão dos comentários, conter-me-ei ainda menos na escrita dos mesmos então, se é que isso será possível. x)

    Pois, sabendo desse outro lado da história da relação, onde a rapariga é que se torna o elemento condutor e poderoso, devido aos problemas de saúde do Gus, talvez poderia ter visto a história sob uma outra luz que me agradasse mais. E aí a ideia clássica do príncipe encantado ter de serenar a princesa isolada no seu castelo, que esfola dragões para a impressionar e dá tudo de si só por qualquer mera oportunidade de a fazer feliz, pode ser suavizada e até ser dada uma reviravolta cruelmente irónica. A Mariana mandou-me mensagem mesmo há pouco a dizer que acabou o livro e achou que efectivamente a classificação da história como um pastiche da comédia romântica ou da típica história melodramática perde-se muito mais no livro, e que, mesmo sabendo do meu desapreço pelo filme, mo recomenda. Talvez os episódios do Gus a ficar progressivamente pior sejam o motivo. Não o duvido, e até estaria disposto a pô-lo a teste, só de o imaginar acredito que dê um nova e mais interessante faceta sobre a história, mas de qualquer modo espero que compreendas a minha natural relutância em me aventurar na sua leitura. :-P

    Sim, o desafinar a norma, destacar-se do ordinário e ser distintamente diferente não é, de modo algum, a mínha crítica. Como dizes, é quase um elemento fundamental na categorização de heróis. O meu embirranço está mesmo na aparente atitude de arrogância. O facto de serem adolescentes, confesso, apela mais pela minha capacidade de aceitação, porque é algo tipicamente adolescente. E portanto aí, como dizes, são linguarudos, respondões, acham todos os outros foleiros... E sim, faz sentido na sua caracterização, especialmente dado o quão mais bitter estão no direito de ficar devido à sua condição. No entanto, a atitude arrogante picou-me demasiado quando o autor enche as reflexões sobre a vida das personagens e os seus comentários presunçosos sobre a maneira geral de ser com aquele palavreado 'Shakespeariano', como caracterizaste tão bem no teu vídeo. E romantiza-os. Faz esses comentários e conversas um foco tão grande do filme, que parece quase glamorizar esse tipo de atitude, o que ainda mais me repudia. Não duvido que haja imensas outras facetas interessantes para estas personagens, mas ao haver tanto foco para conversas intelectualizadas cheias de floreados que são expostas de uma maneira a querer dar-lhes tanta importância e que são algo a verdadeiramente valorizar e prestar atenção, a atitude de arrogância e desdém por detrás delas ganha demasiado destaque, o que me impede de conseguir apreciar algumas possíveis invejas escondidas ou significados mais profundos desse desdém.

    Pois, como já devo ter dado a entender, protagonistas arrogantes são um grande calcanhar de Aquiles meu. xP Não quer dizer que não sejam capazes de entrar nas minhas boas graças, mas tem de haver algo seu para além da sua arrogância que me cative, senão é demasiado fácil a personagem me desagradar. Ou tem de ser uma arrogância jocosa, ou a personagem tem de ser apresentada como tendo alguma fraqueza de carácter adicional, ou alguma vulnerabilidade que justifique a arrogância. Gostei do padrão que detectaste, muito observadora tu. ;-) Na altura em que a série era fenómeno, eu também nunca cheguei a gostar de House... Imagina porquê. ;-P Na verdade, pode haver uma razão pessoal para personagens arrogantes serem particularmente detestáveis aos meus olhos, mas isto já é divagar demasiado.

    De resto, quanto ao filme, a tua paixão pelo livro torna-o uma visualização absolutamente essencial. Como complemento, e apelando também à minha curiosidade pessoal de ver a tua opinião quanto à fiabilidade da adaptação. E sim, não te esqueças dos lenços. xD Quando o fui ver, havia uma fila de raparigas adolescentes atrás de mim a fungar o filme todo. Se foi pelas mesmas razões que tu terás, havemos de ver. Depois então não te esqueças de me avisar prontamente quando o vires. :-)

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  3. Sim, aviso! :) Descobri agora que os guionistas do filme foram os mesmos do 500 Days of Summer, o que me faz pensar que as minhas queixas quanto aos diálogos não vão ser assim tantas. xD Não conheço o realizador, por isso, aí não tenho nada a dizer.

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  4. Vocês deram-me imensa, imensa vontade de ler! E eu a pensar que era mais um romance de cordel... <3

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  5. Eu acho que dá que pensar. Normalmente associa-se os romances deste género a leituras de cordel, mas eu não achei mesmo. Se quiseres, empresto-to!

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  6. Já vi o filme, André.
    Só tenho a apontar como falha a banda sonora. Tenho pena que não tenham investido em música de orquestra, acho que faria toda a diferença nalguns momentos. Algumas partes do livro ficaram de fora, mas... independentemente dessas coisas, acho que vou "defender" sempre esta história. :)

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